No dia 23 de agosto de 2013, vindouro faz 74 anos do naufrágio do Iate Itacaré, na entrada da Barra da Baía do Pontal.
O jornal A TARDE de Salvador, contou um pouco deste naufrágio, que aconteceu na manhã de quarta-feira, 23 de agosto de 1939. Diz o jornal que a embarcação partiu de Salvador por volta das 19h30, com 66 pessoas a bordo. Ao amanhecer por volta das 8h40, segundo relatos nos periódicos da época, o iate tombou. Morreram 25 pessoas.
Dos 41 sobreviventes, entre tripulantes e passageiros estava LUIZ PITHON PINTO, com 20 anos na época. Em 2009, ainda com 90 anos, conta como se salvou do naufrágio. Seu PITHON era funcionário do Banco do Brasil em Ilhéus e voltava de Salvador onde fora fazer as provas conclusivas do curso de perito-contador.
Segundo ainda seus relatos, disse que dormia tranquilo quando o iate tombou e a vigia do quarto que ele dormia ficou para baixo, aí foi um Deus nos acuda, era gente saltando no mar e outros presos na parte interna do barco.
“ERA A MORTE” – assim Luiz Pithon pensava naquele momento. Contou que o capitão arrancou a cama e começou a bater contra a divisória de madeira do cômodo onde estavam e conseguiu abrir passagem. Depois de passar por vários obstáculos e tentar salvar seu companheiro e não conseguindo se atirou no mar. Enquanto nadava em direção a praia tentando aproveitar a corrente marítima ouvira uma voz em chamamento: “Moço! Ô moço! Para onde é que o senhor vai? Olha pra cá, vira à esquerda os olhos”. Era um saveiro que prestava os primeiros socorros. Fui resgatado. “Tô salvo” exclamou Pithon.
Muita especulação ronda o fato, à cerca das causas reais do acidente. Na época não se soube de fato o que causou. Se fora o mar revolto, se erro humano ou se fatalidade. Em 2009 com 70 anos do naufrágio, seu Luiz Pithon Pinto, talvez o único sobrevivente ainda vivo da tragédia, se dizia renovado só em relembrar a tragédia.
Hoje, não temos mais notícias do senhor Pithon, que se vivo estiver (e torcemos por isto), estaria com 93 anos.
Num depoimento do senhor Bernardo C. Bastos, ele narra, que o senhor Exupério de Souza Bastos (seu pai), que era pontalense, filho do ex-prefeito de Ilhéus, o Cel. Eustáquio de Souza Bastos, o qual juntamente com a população da cidade, acompanhou na praia o naufrágio do Itacaré. Segundo ainda seu depoimento, naquela manhã, todos estavam esperando o atracamento do navio no porto, e que o mar estava bastante revolto com ondas altas, quando tudo indica que o capitão parou a embarcação lá fora, como se estivesse receio em entrar na barra da Baía do Pontal. Não demorou muito o comandante do navio decidiu entrar no porto, quando foi atingido a bombordo, (lado esquerdo do navio) por uma onda fortíssima e tombou de uma vez. Nesse momento
diversos barcos de pescadores foram ao local tentar salvar os sobreviventes.
Segundo ainda seu pai, depois de salvar várias pessoas, inclusive uma senhora com sobrepeso, que foi salva porque passou graxa na sobrevivente, que estava presa numa das escotilhas.
Foi um dos dias mais tristes da Cidade de Ilhéus, porque essas 25 pessoas que morreram, na sua maioria eram parentes, dos que ali estavam presenciando a tragédia e nada praticamente podiam fazer.
Fiz questão de relatar este fato por achar que muitos ilheenses não tiveram a oportunidade de ter lido esta matéria no Jornal A Tarde, e nem este relato do senhor Bernardo, feito a minha pessoa.
Espero que fique registrado mais este fato histórico de Ilhéus. E se o Banco do Brasil de Ilhéus, onde seu Pithon, foi funcionário, nos enriqueça com mais dados. Exemplo: se o senhor Pithon ainda é vivo, onde mora? Achamos que provavelmente seja em Salvador, e com isso as Secretarias de Turismo e Cultura, possam quem sabe, trazer até Ilhéus o senhor Pithon, e no Teatro Municipal desse seu depoimento ao vivo. Tenho certeza que a população tanta adulta, como os jovens, teriam uma aula de história para nunca mais se esquecer.
Rezende (r2cpress)
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