quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ITACARÉ: ACONTECERÁ EM ILHÉUS O III CONGRESSO BRASILEIRO DO CACAU

                      O Congresso

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Com a desestabilização da economia da Região Cacaueira da Bahia ocasionada, principalmente, pela queda do preço do cacau e agravada pela disseminação da vassoura-de-bruxa, doença introduzida no Estado na década de 1980, a cacauicultura baiana declinou. A perda de produtividade causada pela doença, associada a baixo preço do produto no mercado internacional, contribuíram para a acentuada descapitalização dos agricultores. Neste período grandes áreas plantadas com cacaueiros foram abandonadas ou utilizadas para outras atividades agrícolas.

Nas ultimas décadas, a maioria dos produtores que continuaram na atividade cacaueira, não dispondo de recursos para investimento, aplicou pouca ou nenhuma tecnologia, transformando suas plantações em áreas mal manejadas e de baixa produtividade. A diminuição da produtividade afetou todos os segmentos da cadeia produtiva do cacau. No entanto, considerando-se que a produção de cacau é uma atividade de mão de obra intensiva, os trabalhadores rurais, que não mais encontrarem afazeres nas lavouras, migraram para as cidades da região, aumentando a miséria e as mazelas sociais nessas urbes.

Adicionalmente, grande parte das plantações de cacau apresenta densidades populacionais baixas (menor que 600 plantas/ha) e variedades susceptíveis à vassoura de bruxa. Como consequência da falta de aplicação de tecnologias e controle da doença a produtividade é baixa e muitas vezes não passa de 400 kg/ha. Apesar dos esforços da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) para encontrar soluções tecnológicas economicamente viáveis para o controle da enfermidade, a situação atual é ainda incerta. Todavia, as soluções tecnológicas que poderiam possibilitar produtividades acima de 1500 kg/ha não são aplicadas por serem consideradas “caras” e por escassez de recursos financeiros para a sua implementação.
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Entretanto, há uma discussão de que o uso de tecnologias de baixo impacto ambiental, conservação dos solos e de recursos hídricos, valorização da diversidade vegetal e animal seriam alternativas viabilizadoras do cultivo do cacau nas condições atuais. No entanto, a adoção desse manejo agroecológico das plantações de cacaueiros necessita de pessoal capacitado que conheça a complexidade das interações desse agrossistema. Este requerimento se complementa com urgentes aportes de recursos financeiros para o estudo, adaptação e geração de tecnologias de baixo impacto e de baixo custo. Por outro lado, cultivos em ambientes de topografia movimentada geralmente requerem uso intensivo de mão de obra e pouca mecanização. Assim, baixa mecanização e falta de mão de obra dificulta o manejo da cultura, que em grande parte, está também sombreada excessivamente pelas árvores da Mata Atlântica e, consequentemente, com baixa produtividade. O cacaueiro cultivado sob a sombra da Mata Atlântica, sistema conhecido como cacau cabruca, dificilmente se sustentará economicamente no médio prazo, a menos que tecnologias que proporcionem formas de manejo garantidoras de produção e políticas públicas que contemplem remuneração pelos serviços ambientais que os agricultores, que mantém essas áreas, justamente merecem.

A expansão das fronteiras agrícolas no Brasil tem sido uma realidade, principalmente com frutíferas e grãos. O cultivo do cacaueiro, por questões climáticas (chuvas regulares), tem se limitado a região amazônica e as regiões sul da Bahia e norte do Espírito Santo. No entanto, existem experiências com fertirrigação bem sucedidas na Chapada Diamantina e no Sul da Bahia (Tabuleiros Costeiros) onde o cacaueiro atinge elevadas produtividades em áreas consideradas escapes para as principais doenças.

A expansão da cacauicultura para áreas não tradicionais pode gerar aumento de divisas para o país, seja pela diminuição da importação, seja pelo aumento de produção e, possibilitará ao Brasil retornar ao papel de exportador de cacau. Além disso, é uma forma de inclusão social nas comunidades carentes por gerar emprego e renda.

No contexto de inovação tecnológica para a cacauicultura, o III Congresso Brasileiro do Cacau se propõe discutir amplamente o aprimoramento da cadeia produtiva de cacau, a produção de cacau sobre a égide da conservação produtiva e a produção do cacaueiro em regiões não tradicionais de cultivo. Propõe-se também discutir estratégias técnicas, financeiras, políticas e institucionais para dar suporte ao cultivo comercial do cacaueiro, por meio de uma série de metas de natureza técnica, econômica e política, que deverão nortear o futuro da lavoura cacaueira.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da Ceplac.

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