sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Itacaré: Presedente do PT-Itacaré, Genilson Souza, fala sobre alagamento na cidade

É possível evitar as enchentes nas cidades?

http://itacareagora.blogspot.com.br/


Por Genilson Souza.
Primeiramente gostaria de ser solidário a todas as pessoas que tiveram suas casas inundadas, seus móveis estragados e que assistiram sem poder fazer muita coisa, o fruto do seu trabalho e esforço sendo devastado pelas águas provocadas pelo alagamento nessa última Quinta Feira, em Itacaré e em vários município baiano. 

Não existe fórmula mágica para evitar os alagamentos, mas algumas mudanças na infraestrutura urbana podem minimizar o efeito do excesso de água. O desafio principal é encontrar alternativas para evitar a impermeabilização do solo e o assoreamento dos rios (acúmulo de detritos que causa a redução da profundidade e da vazão). Afinal, reduzir o volume de chuvas não é possível, nem desejável. As áreas urbanas são as que mais expressam as intervenções humanas no meio natural. 

O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre os aspectos do ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento de precipitação e as enchentes. Essa última consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, comércios, vias marginais implantadas nas áreas de várzeas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nas principais cidades. 

Essa é uma realidade vivida na maioria das cidades brasileira, e Itacaré não fica fora dessa realidade. Temos dois agravantes: a intervenção humana no meio natural e a omissão do poder públicos nas ações humanas e nas politicas estruturantes de desenvolvimento urbano.
Itacaré sofre um processo de desordenamento urbano histórico, pois, os gestores municipal nunca priorizaram o planejamento de desenvolvimento da cidade. 

Assistimos ao longo do processo de urbanização de Itacaré uma série de desordem, que certamente nós levaríamos aos problemas urbanos atuais. Casas sendo construídas de forma totalmente irregular, próximo de riachos, valas, encostas, bairros sendo formado em áreas de mangue, desmatamento de florestas e matas ciliares, loteamentos de glebas de terras sendo licenciados sem que o loteador tenha se comprometido e cumprido com suas obrigações legais como: Sistema de escoamento de águas pluviais, sistema de esgotamento sanitário, sistema de abastecimento de água potável, rede de energia elétrica pública e domiciliar, vias de circulação com obras de meio-fio e pavimentação, etc. 

Todas essas ações praticadas ao longo dos anos em nossa cidade, sem a devida atuação do poder público que deveria atuar como agente fiscalizador e regulador permitiram o desordenamento urbano de Itacaré, onde hoje, estamos começando a colher os frutos negativos desse descaso e da falta de planejamento que foi condenada a nossa cidade. 

Sempre quando sou questionado, qual é o maior problemas de Itacaré para se tornar uma cidade ordenada e desenvolvida, respondo com muita clareza: falta de planejamento. Não é possível administrar aquilo que não se mede. Infelizmente sofremos pela falta de planejamentos ao longo do tempo. Nunca se teve por parte dos nossos gestores municipal um plano de curto médio e longo prazo com as diretrizes de desenvolvimento de Itacaré; haja vista que o PDDU - Plano de Diretrizes de Desenvolvimento Urbano, vem se arrastando a décadas. 

Contudo, acredito que nunca é tarde para começar, estamos em um processo de real transformação no país, as políticas públicas do Governo Federal, está ai para viabilizar as ações dos gestores municipais na busca de soluções para resolver os problemas estruturais dos centros urbanos em todos os sentidos. Podemos cita, por exemplo, o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que viabilizará recurso para implantação de projeto de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Resta ao gestor municipal se organizar para poder apropriar-se dessas políticas e fazer acontecer na cidade, assim como a população deverá assumir uma postura de cooperação e participação da vida pública, atuando de forma protagonista na cobrança e na fiscalização dessas ações que precisam ser executadas imediatamente. (PT-Itacaré)

GENILSON SOUZA
PRESIDENTE DO DIRETÓRIO DO PT- ITACARÉ

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