terça-feira, 2 de outubro de 2012

ITACARÉ: EXPOSIÇÃO APRESENTA RESULTADO DE RESISTÊNCIA ARTÍSTICA


O Sítio Pensamento Tropical, localizado na zona rural de Itacaré (BA), foi idealizado pelos coreógrafos franceses radicados no Brasil, Guillaume Lauruol e Cathy Pollini. Trata-se de um lugar paradisíaco, em plena Mata Atlântica, onde artistas desenvolvem suas habilidades, mostram sua arte e trocam experiências.
Entre os dias 27 de setembro e 21 de outubro, o público poderá conhecer o resultado da residência artística de 10 bolsistas patrocinados pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011.
O evento de lançamento do projeto "Interações Ambientais – A Exposição" ocorrerá nesta segunda (01/10), das 14h às 17h30, no Cabaré dos Novos, no Teatro Vila Velha. 
Na ocasião, haverá uma mesa-redonda, das 14h às 16h, intitulada "Residência Artística: Uma Realidade Atemporal", uma performance, das16h às 16h30, e um coquetel de confraternização, das 16h30 às 17h30. 
A mesa será composta pelas professoras das Escolas de Teatro e Dança da UFBA, Deolinda Vilhena e Gilsamara Moura, respectivamente; pela diretora artística do Festival Internacional Viva Dança, Cristina Castro; e pela coordenadora das atividades formativas do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia 
(FIAC), Rita Aquino.
Entre os debatedores, estarão os idealizadores do projeto "Interações Ambientais – Residências Artísticas", Guillaume Lauruol e Cathy Pollini, além de 4 artistas residentes, Bernardo Stumpf, Calé Miranda, Inês Laborim e Fernando Lopes.
Logo após a mesa-redonda, o coreógrafo Fernando Lopes apresentará a performance "À Flor da Pele", resultante da pesquisa desenvolvida durante seu período de residência artística no Sítio Pensamento Tropical.
O coreógrafo francês Guillaume Lauruol explica que o objetivo do projeto "Interações Ambientais – A Exposição" é tentar criar uma ponte entre as artes cênicas e as artes visuais para entender como funciona o tempo do artista. 
De acordo com ele, os 10 artistas residentes contemplados com a bolsa da Funarte foram divididos em 2 grupos de 5 pessoas. Cada grupo teve a oportunidade de passar 15 dias no Sítio Pensamento Tropical, em Itacaré, para pesquisar diferentes linguagens artísticas. 
“Trata-se de um ambiente favorável à criação individual de solos. No entanto, durante o processo de desenvolvimento das pesquisas foram gerados produtos como fotografias, vídeos, sons e textos. É deste material que será composta a exposição”, disse Guillaume Lauruol.
O questionamento sobre a temporalidade do trabalho do artista cênico também é uma das preocupações de Cathy Pollini. Para a coreógrafa, quando as cortinas se abaixam e o espetáculo acaba, restam ao público apenas as sensações provocadas por algum movimento ou som que lhe despertou algo intimamente. 
“Quando você assiste a uma obra sendo executada ali, naquele exato momento, percebe que o tempo é algo que lhe escapa. Para o artista, o trabalhar não está somente relacionado ao momento em que está em cima de um palco. Este labor possui temporalidades distintas”, afirma.
Segundo Guillaume Lauruol e Cathy Pollini, o projeto se chama “Interações Ambientais”, por proporcionar um encontro dos artistas, tidos como cidadãos urbanos, com a natureza.
Ao vivenciar uma experiência criativa longe da cidade grande, da multi-informação gerada pela televisão e pela internet, e do estresse com o trânsito, os artistas tiveram a oportunidade de estar como o foco 100% voltado para a busca de novas formas de criação, integrando organicidade e respeito à natureza. 
Para os coreógrafos franceses, a exposição apresentada no Teatro Vila Velha representa simbolicamente o reencontro desses artistas com a cidade, onde está o seu público.
Os residentes – Entre 60 candidatos de todo o Brasil, foram selecionados para participar do projeto os artistas: Bernado Stumpf (RJ); Andréa Sales (CE); Carlos Passos (MG); Carlos Eduardo de Miranda (RJ); Fernando Lopes (BA); Estela Lapponi (SP); Inês Laborim (RJ); Juci Reis (BA); Kandye Medina (PA) e Lara Matos (SC).
A atriz e dançarina Lara Matos, de Santa Catarina, descreveu em seu blog o processo de amadurecimento e enriquecimento proporcionado pela experiência. Segundo ela, a residência é um importante mecanismo de fomento artístico. 
“Durante uma residência aparecem todos os aspectos da criação e produção em arte: processos criativos, mecanismos de produção, trocas de informações sobre fomento, ampliação de redes, diálogo sobre as diferentes dificuldades e possibilidades entre áreas, e o principal, conhecimento sobre as outras artes, para longe do ostracismo das linguagens”, afirma.
Já para Carlos Passos, coreógrafo de Minas Gerais, a residência proporcionou uma imersão total, onde ele pode manter o pensamento focado em um estudo, dando espaço para o surgimento de várias ideias. “No sítio não existe uma única forma de organização na arte, pois é um espaço de respeito às peculiaridades de cada artista”, explica.

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